segunda-feira, 6 de abril de 2015

Autism Awareness Day

Olá Olá

No passado dia 2 foi o dia mundial da conscientização sobre o Autismo. Por todo o mundo, existem pessoas a usar azul neste dia e durante todo o mês de Abril. Na Blogosfera, muitas bloggers também participam, no caso de blogs sobre vernizes e  unhas, usando verniz azul. Preparem-se que o post hoje vai ser longo, acho que ainda não damos a importância devida a este problema de saúde.
Sempre que se fala de Autismo lembro-me de um menino que eu tinha na minha sala durante o meu estágio profissional, o João, que era Autista, e por isso este assunto me toca bastante. O João era uma criança bastante meiga, acompanhado por pedopsiquiatras e terapeutas da fala entre outros profissionais da área, sendo por isso um pouco mais integrado na sociedade. Como disse, o João era um miúdo muito meigo e dócil e eu cheguei a assistir a algumas crises dele, crises essas em que ele gritava bastante e depois se fechava no mundo dele. É muito difícil saber como lidar com eles nestas alturas, por isso eu dou tanto valor a quem trabalha e convive diariamente com estas pessoas, sejam crianças ou adultos.
 Penso que é um assunto sobre o qual todos deveríamos saber um pouco, e por isso mesmo este post vai ser longo. toda a informação é retirada de outro site, mas vale a pena ler.



Mas o que é isto do Autismo??
O autismo é fundamentalmente uma forma particular de se situar no mundo e, portanto, de se construir uma realidade para si mesmo.
Associado ou não a causas orgânicas, o autismo é reconhecível pelos sintomas que impedem ou dificultam seriamente o processo de entrada na linguagem para uma criança, a comunicação e o laço social.
As estereotipias, as ecolalias, a ausência de linguagem, os solilóquios, a auto agressividade, a insensibilidade à dor ou a falta de sensação de perigo, são alguns dos sintomas que mostram o isolamento da criança ou do adulto em relação ao mundo que o rodeia e sua tendência a bastar-se a si mesmo.
 

Quais são seus sintomas?

Os principais sintomas são:
- Isolamento do mundo exterior e recusa do contato com os outros. (Tanto no nível da voz quanto no do olhar).
- Alterações da linguagem que podem ir desde uma ausência total da fala até uma verbiagem ininteligível. Em algumas ocasiões, repetição de fragmentos de frases retiradas de filmes ou que foram escutadas de alguém, estabelecendo verdadeiros solilóquios.
- É uma fala que não se dirige a ninguém, que não é usada nem para comunicar nem para estabelecer um diálogo mínimo.
- Ausência de interação com os outros.
- Ausência de jogo simbólico.
- Estereotipias
- Rituais
- Temor das mudanças e insistência em manter uma imobilidade naquilo que o rodeia.
 

Então, que valor dar a esses sintomas? O que fazemos com eles, para além do sinal de alarme que eles nos dão, para nos perguntarmos sobre o que se passa com essas crianças?

Considerar esses traços como sinais de um retardo no desenvolvimento ou de uma patologia nos levaria a um reducionismo. Nós nos reduziríamos a considerar o autismo como uma deficiência ou como uma doença que implica numa deficiência com graus diferentes. Por isso, muitos tratamentos se reduzem também a programas cujas intenções consistem unicamente em suprir essas supostas deficiências. Tais tratamentos têm como objetivo “ensinar” a criança autista a cumprir os ideais da normalidade. Nesse sentido, não há dúvida de que os métodos cognitivo-comportamentais se inscrevem nessa direção e, provavelmente, são aqueles que mais se dedicaram a alcançar os objetivos de reeducação. Pelo contrário, nós consideramos que a criança com autismo deve ser tratada levando-se em conta seus sintomas para nos perguntarmos o que se passa com ela para que ela se apresente dessa maneira. Que disciplina ou quem se ocupa em compreender a criança com autismo? 
Por que, além disso, aquele que não obedece à normalidade teria necessariamente um déficit? Nós consideramos que não é assim. O autismo é uma forma particular de se situar no mundo e é justamente isso que deve ser considerado para orientar o tratamento clínico adequado.
 

Quais são suas causas?

Na atualidade, as áreas de investigação científica sobre as causas do autismo são fisiológicas. Existem várias hipóteses sobre essas investigações em curso. As principais são: Afecção em áreas do cérebro, disfunções genéticas, consequências dos metais pesados no interior do organismo, intolerâncias alimentares assintomáticas.
Entretanto, não há, até o momento, nenhuma causa determinante nem conclusiva que se derive do conjunto dessas investigações científicas, ainda que muitos recursos se destinem a buscar uma causa genética ou fisiológica. Quer dizer, nenhuma investigação científica pode, até agora, estabelecer a etiologia do autismo.
 

Como vivem a criança ou o adulto com autismo?

Como se organiza a realidade que os rodeia?

Como convivem com os outros?

 
 
Conseguir responder a estas preguntas nos aproximará mais da compreensão das pessoas afetadas por autismo e poder, dessa forma, oferecer a elas a possibilidade de conectar nossos dois mundos: o delas e o nosso.
Sabemos que o que caracteriza o ser humano é a dimensão de uma linguagem simbólica (feita de símbolos e não de signos), a partir da qual ele pode estabelecer coordenadas simbólicas que conferem um sentido ao mundo que o rodeia e lhe permitem situar-se nele. Estas coordenadas simbólicas atuam sob a forma de união entre as imagens, as coisas e as palavras.
Dessa maneira nós, seres humanos, organizamos o mundo exterior, quer dizer, situamos um espaço e um tempo, um interior e um exterior, um antes e um depois. É dessa maneira também que construímos uma ideia de nosso corpo, localizamos seus limites e o diferenciamos daquele dos outros. São também essas coordenadas simbólicas que nos permitem situar a dor, o prazer, o mal estar e a angustia; diferenciar o eu do tu, nossos pensamentos e os dos outros, o que pensamos e o que ouvimos.
Dessa forma, construímos a realidade que, para o ser humano, nunca está dada de entrada, como o próprio autismo nos ensina. É através do uso das palavras ou de diversos elementos simbólicos (a linguagem dos surdos, por exemplo) que nós acedemos a ter um discurso próprio sobre todas essas coisas, a pensar sobre elas e a falar delas com os outros.
 
 
 

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